Cenas Culturais

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sábado, 24 de maio de 2014

Museu de Artes de São Paulo - MASP

         
     A economia cafeeira fez com que São Paulo do final do século dezenove deixasse de ser a nona cidade brasileira em importância, para ser a metrópole global de hoje. O café foi introduzido no país no século dezoito e se disseminou pelas regiões sudeste e sul do país. Consolidou-se como base da economia nos séculos dezenove e primeiras décadas do século vinte.

     Por causa do café surgiram novas cidades e ele auxiliou no crescimento de outras. Também foi o responsável pela introdução da ferrovia no estado de São Paulo - Companhia de Estrada de Ferro Sorocabana (interior - cidade) e a The São Paulo Railway Company, Limited, ou como era conhecida, "a Inglesinha" (cidade - litoral) - que servia para escoar o principal produto de exportação nacional. Fez com que milhões de imigrantes, especialmente europeus, viessem trabalhar no Brasil, entre o final do século dezenove e o começo do século vinte.

     Com a riqueza que gerou, influenciou no desenvolvimento da cidade. Criou-se a "avenida Paulista", com suas elegantes mansões, cujos proprietários eram os barões do café; construíram-se teatros, que se espelharam nos modelos europeus, como o "Theatro Municipal de São Paulo"; ampliou-se a cidade; difundiram-se as artes, como a Semana da Arte Moderna de 22.

     Nesta mesma época, em 1892, foi criado na avenida Paulista, o "Parque Tenente Siqueira Campos", mais conhecido como "Parque do Trianon", que foi projetado pelo paisagista francês Paul Villon. O nome Trianon é porque no lugar onde há o "Museu de Artes de São Paulo", havia o "Belvedere Trianon", que foi projetado por Ramos de Azevedo. No nível da avenida, tinha um mirante e no sub-solo, um bar/restaurante. Somente em 1931 que o parque recebeu seu nome atual, em  homenagem ao herói da revolução tenentista de 1924.

                                           Foto: Trianon e túnel 9 de julho (1936 - 1940)  Fonte: fotosedm
     
      Seguindo o desenvolvimento da metrópole, surgem as grandes indústrias, as estações de rádio, as redes de televisão. Precisava somente de "o" museu nos padrões internacionais. 

     Até que em 1947, o empresário, jornalista, mecenas, político, advogado, professor de direito, escritor, membro da Academia Brasileira de Letras, magnata das comunicações, brasileiro do município de Umbuzeiro (Pb), Assis Chateaubriand, junto de Pietro Maria Bardi, jornalista italiano e crítico de arte, inauguraram o "Museu de Artes de São Paulo", ou como é conhecido pelo seu anacrônimo, MASP

     Originalmente, instalou-se no prédio dos Diários Associados, propriedade de Chateaubriand. Após a Segunda Guerra, Bardi e Chateaubriand escolheram uma nova sede para o museu. O terreno na avenida Paulista foi cedido pela prefeitura de São Paulo, desde que respeitassem uma condição: a vista para o Centro da cidade e para a Serra da Cantareira teria de ser preservada, através do vale da avenida 9 de Julho.

     O projeto foi dado para a arquiteta italiana Lina Bo Bardi, esposa de Pietro, diretor do museu. Demorou-se cerca de 12 anos entre o projeto e a construção do MASP. O vão livre de 74 metros respeitou a condição da cessão do terreno. Lina sonhava que no vão, as crianças pudessem brincar, tendo a vista da cidade de fundo.

     Em 1968, com a presença da Rainha Elizabeth II da Inglaterra, foi inaugurada a nova sede do museu. Um museu com um interior de 11 mil metros quadrados e cinco pavimentos, que preserva o acervo mais valioso e importante de artes da América Latina.

     A importância do MASP para São Paulo vai muito além de ser o principal museu da cidade. Nas suas instalações foi onde a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) começou; bem como a Escola de Artes da FAAP. As primeiras edições da Mostra Internacional de Cinema também foram ali apresentadas.

     A cor vermelha de suas colunas, que faz parte do projeto original de Lina Bo Bardi, só apareceu em 1990, com a comemoração dos 40 anos do museu, em uma ação de parceria com a empresa de tintas Suvinil.

     Além de ser um museu, é um centro cultural que proporciona diversas atividades ao público, como escola de arte, ateliês, espetáculos de dança, música e teatro, palestras e debates, cursos para professores, entre outras tantas atividades realizadas durante todo o ano. Tem também uma biblioteca, um restaurante, uma cafeteria e uma loja que vende produtos com a marca do museu. Aos domingos, no seu vão, tem uma feira de antiguidades.

Terça a domingo: 10h às 18h
Quinta-feira: 10h às 20h
A entrada é gratuita todas as terças-feiras.

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