Cenas Culturais

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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Playmobil comemorou 40 anos com festa

     Ano passado, os personagens "liliputianos" da Playmobil comemoraram 40 anos em grande estilo. A celebração aqui no Brasil foi com a exposição "40 anos Playmobil - O Sorriso Mais Famoso de Todos os Tempos". A exposição ficou em cartaz no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro.


     Os bonecos "nasceram" em 1974 na Alemanha, nas mãos de Hans Beck. Foram apresentados na Feira de Brinquedos em Nuremberg em fevereiro deste ano. Só que passariam despercebidos não fosse um empresário holandês que encomendou, no penúltimo dia de feira à Geobra (empresa fabricante), um lote no valor de um milhão de marcos alemães.

     Os outros negociantes ficaram sabendo da encomenda e fizeram também as suas. Com isso, a fábrica teve que ampliar a produção, e passou a alcançar todo o mundo. 

     No Brasil, os bonecos chegaram em 1976. Foram fabricados pela Trol. Curiosidade - a empresa era comandada pelo empresário Dilson Funaro, que anos mais tarde veio ser o "pai do Plano Cruzado". A produção durou até 1990, quando Funaro faleceu e a Trol encerrou as atividades.


     Os playmobil passaram a ser fabricados pela Estrela durante a década de 90. Depois sumiram do mercado nacional, até que em 2005, começaram a venda dos importados da Argentina. E em 2008, a importação começou a ser diretamente da fábrica alemã.

     O pai dos playmobil, Hans Beck, faleceu em 2 de fevereiro de 2009.


     Durante a exposição pôde-se ver os dioramas que recriaram cenários clássicos - Velho Oeste, Circo, Egito, Espaço Sideral, Floresta, entre outros..



     Infelizmente a exposição não foi exibida em outros estados. Com certeza, a festa poderia, e deveria, ter sido estendida à todas as crianças que tiveram suas infâncias compartilhadas com estes bonecos.

     Feliz Aniversário, Playmobil!!!

     As fotos de todos os dioramas e da exposição estão na página do Facebook do Cenas Culturais. Confira! Curta! E Compartilhe!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Com a palavra, Dona Leopoldina, imperatriz do Brasil

     Com este título, o Museu Histórico Nacional realiza a exposição temporária sobre a primeira Imperatriz que o Brasil teve.  A exposição iniciou em outubro do ano passado e vai até março deste ano.



     A exibição foi feita para dar início às comemorações do bicentenário da chegada de Leopoldina, vinda da Áustria, ao Brasil em 1817.

     Dona Leopoldina é uma mulher meio esquecida pela história brasileira. Teve um papel importante na decisão da proclamação da Independência do País. Além do que era interessada em conhecimentos de botânica, ciências naturais e pelo meio ambiente local.

"Sessão de Conselho de Estado" (1922) de Georgina de Albuquerque
     Mas também teve a infelicidade de casar-se com Dom Pedro I, que muitas vezes a abandonava para buscar os carinhos e carícias em braços de outras mulheres, sendo a Marquesa de Santos a mais conhecida.


     A mostra, que conta com mais de 200 peças do acervo do próprio Museu, conta a história da Imperatriz desde sua infância, o casamento, a viagem da Áustria para o Brasil, a chegada ao Rio de Janeiro, suas relações familiares, culminando com a morte prematura aos 29 anos de idade. Além das cartas que ela trocava com familiares que ficaram na Europa.

Árvore genealógica de Dom Pedro I

e de Dona Leopoldina
     O abre alas da exposição é com peças da escola de samba que leva o mesmo nome da homenageada.


     Aproveite que está no Museu Histórico Nacional e veja os fatos históricos que permeiam a vida de Dona Leopoldina, a nossa primeira Imperatriz.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Museu Histórico Nacional - Deve ser visto

     O Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro está localizado no antigo arsenal de guerra, próximo à zona portuária e ao aeroporto de Santos Dumont. 


     Para chegar até o local se for caminhando, você irá passar por uma área um pouco desabitada. Como outra qualquer cidade, só tomar cuidado que não haverá problemas. 

     A área onde está construído o museu era uma ponta de terra que avançava sobre as águas da baía de Guanabara. Por sua localização geográfica, abrigou o Forte de São Tiago da Misericórdia (1603), a Prisão do Calabouço (1693), a Casa do Trem (1762), o Arsenal de Guerra (1764) e o Quartel (1835). A área militar esteve em funcionamento até 1908 quando mudou-se para a ponta do Caju.

     Em 1922, a capital do país iria sediar a "Exposição Internacional comemorativa do Centenário da Independência do Brasil". Para tanto, a região foi aterrada e reurbanizada. O prédio do antigo Arsenal de Guerra teve suas edificações ampliadas e embelezadas seguindo os traços da arquitetura neocolonial. 

     O então presidente do Brasil, Epitácio Pessoa, criou em agosto de 1922 o Museu Histórico Nacional, que ocuparia o antigo arsenal de guerra. Ele abriu as suas portas para a Exposição Internacional em 12 de outubro do mesmo ano.

     Atualmente o museu ocupa toda a região em mais de 20 mil metros quadrados. São mais de 287 mil peças (documentos, imagens, moedas, selos, móveis, armas, esculturas, etc) distribuídas em dois andares. Do Forte e da Prisão só restam as fundações. O restante das antigas construções ainda estão de pé.

     Curiosidade: Na Casa do Trem é onde foi esquartejado o corpo de Tiradentes, após ter sido executado no Campo da Lampadosa, atual praça Tiradentes, em 21 de abril de 1792.

Traves da forca onde Tirandentes morreu.
     O Museu abrigou o primeiro curso de Museologia do país e até hoje é referência para a constituição de todos os museus nacionais.

     Apresenta sempre exposições permanentes e temporárias nas suas dependências, além de apresentações de música e realizar refeições e lanches no seu bistrô. As visitas são pagas (mas vale a pena) e podem ser solicitados os áudio-guias.

     Nesta postagem, vamos falar sobre as exposições permanentes. Na de amanhã, falaremos sobre a exposição temporária sobre a Imperatriz Leopoldina (que está em cartaz até março deste ano) e na sexta, sobre a exposição que comemorou os 40 anos do Playmobil.

Podemos visitar nas exposições permanentes:

. O Pátio dos Canhões, que reúne obras inglesas, francesas, portuguesas e brasileiras.


. exposição Portugueses no Mundo - mostra a formação da Nação portuguesa e sua expansão com as grandes Navegações.

. exposição Do Móvel ao Automóvel - liteiras, carruagens, coches de aluguel, coches mortuários, até um exemplar do carro Protos, de propriedade do Barão do Rio Branco (já teve seu rosto impresso em uma nota).

Carruagem utilizada pela Família Real 
. A Construção da Nação - passando pelos povos pré históricos, indígenas, vinda da família real, Independência e República


Dom Pedro I compondo o Hino Nacional Brasileiro
. A Cidadania em Construção - eventos pós proclamação da República em 1888.

. Farmácia Homeopática Teixeira Novaes -  fundada por Souza Magalhães em 1847 como Imperial Pharmácia, passa em 1887 para as mãos do funcionário José Teixeira Novaes e ficou com sua família até 1983, quando se desfizeram do imóvel onde estava localizada. Depois disso, com apoio da Fundação Roberto Marinho, transferiram seu interior para dentro do museu.


     Também pode ser visitada e  consultada a biblioteca com mais de 50 mil documentos.

     Estas e outras fotos sobre o Museu Histórico Nacional estão na página do Facebook do Cenas Culturais. Confira! Curta! E Compartilhe!

Localização: Entre as estações de metrô Cinelândia e Carioca.

Visitação: Paga.

Classificação: É um museu que todos brasileiros deveriam conhecer. É estudar a história do Brasil, vendo de perto obras de arte, carruagens, brasões, estátuas, as quais só se tinha acesso através dos livros de história. Uma exposição permanente muito bem organizada e explicada, resultado de um excelente trabalho de curadoria. Além de ter exposições provisórias muito interessantes. O museu ainda conta com local para realizar refeições. Imperdível.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Morro de Santo Antônio - Convento de Santo Antônio

     O Convento de Santo Antônio está localizado no morro de mesmo nome, ao lado da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência. É uma das mais antigas e importantes construções do período colonial carioca.

     Os primeiros frades franciscanos chegaram na cidade em 1592. Obtiveram a posse de um morro em 1607 e começaram a construção do convento um ano após. A obra - convento e igreja - só terminou em 1620.

Desenho mostrando o Convento de Santo Antônio e a Igreja da Ordem 3a de S. Francisco da Penitência (Debret)
     Onde fica o atual Largo da Carioca, tinha uma lagoa, bem no sopé do morro. A lagoa foi aterrada em 1679 por causa dos pedidos dos franciscanos.

     Ao contrário da igreja dos franciscanos que está ao lado, o convento de Santo Antônio tem seu interior mais simples e tradicional na decoração. Pode-se dizer que é despojado do luxo excessivo do vizinho.


     O altar principal tem uma imagem de Santo Antônio, e as paredes e tetos têm pinturas que contam a vida deste santo tão adorado pelos brasileiros.


     A única presença de uma decoração como a da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência é a Capela da Conceição, que está conectada com a igreja franciscana. A capela está à direita da igreja do convento, e por consequência, no lado esquerdo da igreja vizinha.


     Vários religiosos que moraram no convento estão enterrados nas suas catacumbas, bem ao lado do mausoléu onde estão depositados diversos membros da família imperial brasileira. Dona Leopoldina, primeira imperatriz do Brasil, teve seus restos depositados no mausoléu do convento de 1911 até 1954, quando foi transladada para sua última morada no Monumento à Independência, próximo ao Museu do Ipiranga (São Paulo).

Localização: Próxima à estação de metrô Carioca.

Visitação: Gratuita.

Classificação: Mesmo tendo menos ornamentos na decoração do seu interior, a visita ao Convento de Santo Antônio é um lindo passeio. Pode-se aproveitar o passeio visitando o convento, a igreja dos franciscanos, o Museu de Arte Sacra e a vista da cidade do Rio de Janeiro. Não perca.

sábado, 17 de janeiro de 2015

"Meu Deus" retorna aos palcos

     Invocamos a toda hora o nome Dele. São inúmeras solicitações, pedidos de saúde, de ficar rico, de arranjar emprego, de não ficar só.

     E Ele? Quem realiza Seus desejos? Quem os atende? Como o Senhor faz para descansar? Será que Ele não reclama de nada? Tem o direito de poder ficar de mau humor? Ou, até mesmo quem sabe, deprimido por estar só por toda a eternidade?

     Baseada nesta suposição, que a escritora israelense Anat Gov, com a versão para o português de Célia Forte, começa a peça "Meu Deus!" O Criador, ou como Ele pede para ser chamado apenas por "Dê", está em crise existencial e precisa conversar com alguém.


     Para tanto, nada melhor do que a pessoa mais indicada - uma psicóloga.

     Ana, a psicóloga, é especialista em atendimento à crianças. É mãe, divorciada, de um filho adulto mas autista. E por uma série de acontecimentos, deixa de acreditar em Deus tornando-se ateia.

     A ação da peça se passa em um único dia, em uma sessão de terapia. Deus deita no divã e discorre sobre seus problemas. Ana, ao saber que Seu cliente não tem mãe, fica inconformada. Afinal, em quem ela poderá atribuir as culpas pelos problemas de seu paciente?


     Mas no discorrer da peça, os papeis se invertem, e Deus começa exercer a função de psicólogo? Será que não foi pra isso que Ele veio - para ouvir os problemas de Seus filhos?

     Os atores dispensam comentário. Irene Ravache é natural, com uma força que preenche todos os cantos do teatro, fazendo com que vemos a personagem e não a atriz; Dan Stulbach é um Deus sensível e envolvente, mas que exerce sua força natural de Pai quando preciso, e Pedro Carvalho, numa participação especial como o filho de Ana, desempenha seu papel com uma delicadeza ímpar.

     "Meu Deus!" volta em cartaz depois de temporadas prévias na cidade e no Rio de Janeiro. É uma peça, que com sua leveza e espiritualidade, mas ao mesmo tempo também reflexiva, fará com que você saia contente, por ter visto um lindo texto e um verdadeiro exemplo do que é Teatro. 

 "Meu Deus!"
Teatro Tuca
De 17/01 até 29/03
6a feira - 21h30; Sábado - 21h30; Domingo - 18h
Duração 80 minutos
Com Irene Ravache, Dan Stulbach e Pedro Carvalho.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Morro de Santo Antônio - Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência

     Como já deu para perceber pelas postagens, passear pelo centro da cidade do Rio de Janeiro é uma ótima oportunidade para entrar em contato com logradouros, praças e edificações que remetam à história da cidade e do Brasil também.

     Continuando o passeio pelo centro, é hora de chegar ao Morro de Santo Antônio, que está localizado no Largo da Carioca

"Vista do alto do Morro de Santo Antônio" (Nicolas-Antoine Taunay, 1816)
     Só que somente uma parte do morro ainda está de pé. Isto porque na década de 1950, a maior parte do mesmo forneceu material para a construção do Parque Eduardo Gomes (Aterro do Flamengo). O Observatório Astronômico da Escola Politécnica, que também estava erguido sobre o morro, foi transferido na década de 1920, para o Morro da Conceição, onde entre 1924 e 1926 foi construído o Observatório do Valongo.

     No que sobrou do morro, estão duas excepcionais obras de arte da arquitetura colonial carioca - a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência e o Convento de Santo Antônio. Nesta postagem falaremos sobre o primeiro e na próxima, sobre o último.

     A fachada simples esconde o tesouro que é a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência. A decoração barroca entalhada em cedro, com detalhes de folhas de ouro, é um exemplo da arte de Francisco Xavier de Brito, a pessoa quem ensinou o ofício ao Aleijadinho.

     A história da Igreja confunde-se com a do Convento de Santo Antônio, prédio vizinho. Quando os frades da Ordem dos Terceiros de São Francisco chegaram à cidade, em 1619, ocuparam uma capela dentro da igreja do Convento.  Na metade do século XVII, o convento lhes doou o terreno ao lado para que fosse construído seu próprio templo. A obra durou entre 1657 e 1733.
Convento de Santo Antônio
      A fachada simples da igreja divide-se em três corpos, sendo que cada um tem um portal, dois janelões e telhado independente. No corpo central, o portal é mais elaborado e tem um medalhão com o brasão da ordem.
Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência
     Mas é no seu interior que a Igreja resplandece. Apesar de uma planta simples (retangular com uma nave), a decoração transparece nos altares e paredes cobertos de talha dourada. A obra é de autoria de Manuel de Brito e Francisco Xavier de Brito. Este último depois vai para Minas Gerais e utiliza o mesmo estilo nas igrejas que decorou.   


     A pintura do teto de madeira é a "Glorificação de São Francisco", pintada por  Caetano da Costa Coelho, em estilo ilusionista barroco. Além do que, é a primeira obra que simula a perspectiva no Brasil. O pintor depois trabalhou no Mosteiro de São Bento da cidade.   


       Ao lado da igreja, tem o Museu de Arte Sacra, que é - junto com o Mosteiro de São Bento - o principal mostruário de arte barroca no Rio de Janeiro.



Localização: Próxima à estação de metrô Carioca.

Visitação: Gratuita.

Classificação: Dá para ver bem as influências que Francisco Xavier de Brito teve no seu aluno, Aleijadinho. A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência é uma das mais bonitas da cidade e também do país. Exemplar único da arte colonial brasileira. Além da igreja, não deixe de visitar o museu (que é pago, mas compensa cada real gasto). E das suas sacadas dá para vislumbrar o centro carioca. Imperdível!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

"Caros Ouvintes" de volta ao ar.

     Está de volta aos palcos paulistanos a peça "Caros Ouvintes" (clique no link para ler a outra matéria feita pelo Cenas Culturais). A comédia, após a passagem muito bem sucedida ano passado no Auditório do MASP, reestreia amanhã (16 de janeiro) no Teatro das Artes, no Shopping Eldorado.

     "Caros Ouvintes" mostra a transição das radionovelas, e de seu público, da rádio para a televisão. O enredo narra o último episódio do folhetim "Espelhos da Paixão". Estão presentes os atores, o produtor da rádio, o sonoplasta, a cantora e o patrocinador. A peça é situada na década de 60, após o golpe militar brasileiro.


     Os atores estão inseguros pois a televisão está levando os artistas das rádios. Não se sabe se terá mais radionovela. Além do mais, a atriz que faz as mocinhas aceitou trabalhar para a televisão. 

      No meio disso tudo, a questão do comunismo ronda o ar. Durante o período que antecede o AI5, muitos colegas de trabalho foram entregues para os militares por não compactuarem com o sistema de governo vigente.

     "Caros Ouvintes" é uma excelente opção para quem viveu e quem não viveu a época de ouro da rádio brasileira. O cenário reproduz o interior de uma estação de rádio, com o estúdio, a sala do sonoplasta e a sala do discotecário. A decoração e os figurinos retratam muito bem o período.

     Apesar de tocar no problema da ditadura, é uma comédia que provoca muitas gargalhadas. Não se sente a história passar. Quando termina, fica com um gosto de quero mais.

     Todos os atores estão muito bem nos papéis. A escolha do elenco foi mais que acertada. E o interessante, é que eles fazem a "transição inversa". São todos atores que já vimos em telenovelas de emissoras nacionais que estão fazendo uma radionovela.

     Houve somente uma mudança no elenco, saiu Petrônio Gontijo e entrou Marcos Damigo. 

   Não deixe de pegar o programa da peça. Foi feito como se fosse uma revista da época, com propagandas, fotonovela, dicas culinárias, "fuxico da Candinha". Foi feita com um capricho ímpar. É um item para se guardar.


Caros Ouvintes
Teatro das Artes (Shopping Eldorado)
De 16/01 até 15/03 (Sextas às 21h30 | Sábados às 21h | Domingo às 20h)
Duração 90 minutos
Com  Agnes Zuliani, Alex Gruli, Alexandre Slaviero, Amanda Acosta, Eduardo Semerjian,  Marcos Damigo, Natállia Rodrigues e Rodrigo Lopez.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Largo e Igreja de São Francisco de Paula

     Próximo ao Real Gabinete Português de Leitura, encontramos o Largo de São Francisco de Paula. É um dos mais antigos logradouros da cidade. 

     Ao seu redor, foi planejada a construção da nova catedral. Mas após a morte do então governador e capitão-geral da capitania do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade, as obras foram suspensas. Até que com a vinda da família Real para o Brasil, decidiu-se utilizar as estruturas da catedral para fazer a Escola Central, depois Academia Real Militar e Escola Politécnica. Hoje abriga os Institutos de Filosofia, Ciências Sociais e História da Universidade Federal do Rio de Janeiro.


     No centro do largo, encontra-se a estátua de José Bonifácio de Andrada e Silva, o patriarca da Independência. A estátua foi inaugurada em 7 de setembro de 1872, para celebrar a comemoração do cinquentenário da Independência do país.

     Sempre foi um cenário de manifestações populares, que pediam pela abolição da escravatura, pela mudança de regime de governo de Monarquia para República, e pela reforma agrária, entre outras.

     O primeiro nome do largo era de Praça Real da Sé Nova, visto que iria ser a sede da nova catedral. Só que ela foi transferida para a rua Sete de Setembro próxima ao Paço Imperial, que seria a moradia da família real e dos futuros imperadores do Brasil. Seu nome atual ficou como Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé.

     Portanto, o largo precisava de um novo nome. Denominaram-no de Largo de São Francisco de Paula, por ter a Igreja da Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula também no seu entorno.  

     A igreja é um dos maiores templos católicos da cidade e que melhor representa a evolução da arquitetura colonial. A construção foi iniciada pelos membros da Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula em 1759 e terminada em 1801.

     No seu interior, temos as portas de madeira da entrada entalhadas por Antônio de Pádua e Castro; o altar mor e capela de Nossa Senhora da Vitória feitos por Mestre Valentim (um dos principais artistas do Brasil Colonial); telas de Vitor Meireles, painéis de Manoel da Cunha.




     Curiosidade: Um dos sinos da igreja é chamado de "Aragão", pois toda a noite, entre os anos de 1824 e 1827, executava o toque de recolher, que havia sido determinado pelo Intendente Geral de Polícia, Teixeira de Aragão.

     O por que da Ordem Terceira? As Ordens Terceiras são associações de leigos católicos que se reúnem em torno à devoção do seu santo padroeiro. As Ordens Primeiras eram só dos Frades e as Segundas, só das Freiras.

Localização: Próximo às estações de metrô Uruguaiana e Carioca.

Visitação: Gratuita.

Classificação: Muito provavelmente você não sabia destas informações, nem nós. Foi uma surpresa grande poder ver um largo que contempla tanto da história do país, desde o momento em que éramos apenas uma Colônia portuguesa, passando pelos períodos Real e Imperial, até a atualidade. Vale a pena visitar a praça, o interior da igreja de São Francisco de Paula e seus arredores. Aproveite.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Real Gabinete Português de Leitura

     O Real Gabinete Português de Leitura está localizado no centro da cidade do Rio de Janeiro. É uma tradicional biblioteca e centro de cultura da língua portuguesa.



     Fundada por um grupo de 43 emigrantes portugueses do Rio de Janeiro em 14 de maio de 1837, ou seja 15 anos após a Independência do país. O objetivo era criar uma biblioteca que iria ampliar os conhecimentos de seus sócios, além dos portugueses residentes na capital do Império.

     Tomaram como exemplo a França, que após a sua revolução de 1789, criou as "boutiques à lire", que não eram mais do que lojas que emprestavam livros.

     Com o advento da república brasileira, vários "gabinetes de leitura" começaram a surgir pelo estado de São Paulo. Depois de um tempo mudaram seus nomes para bibliotecas municipais.


     Para ter uma sede maior e mais condizente com a sua importância, decidiram construir uma sede nova. O projeto escolhido foi o do arquiteto português Rafael da Silva e Castro, com estilo manuelino. A pedra fundamental foi lançada pelo Imperador Dom Pedro II em 1880, e sua filha, Princesa Isabel inaugurou em 10 de setembro de 1887.

     A fachada do prédio remete ao Mosteiro dos Jerônimos de Lisboa. As quatro estátuas que a adornam retratam Pedro Álvares Cabral, Luís de Camões, Infante D. Henrique e Vasco da Gama. Os medalhões da fachada retratam os escritores Fernão Lopes, Gil Vicente, Alexandre Herculano e Almeida Garrett.


     Está aberta ao público desde 1900 e possui a maior coleção de obras portuguesas fora de Portugal. São cerca de 350.000 volumes nacionais e estrangeiros, inclusive um exemplar da primeira edição do "Os Lusíadas", pertencente a Companhia dos Jesuítas; além de uma coleção de pinturas. Entre os seus visitantes ilustres do passado, encontram-se Machado de Assis, João do Rio e Olavo Bilac.

     O Real Gabinete edita a revista Convergência e promove uma série de cursos sobre Literatura, História, Antropologia e Artes.



     Também tem sua importância para a Academia Brasileira de Letras, já que as cinco primeiras sessões solenes, sob a presidência de Machado de Assis, aconteceram aqui.

     Foi considerada pela revista Time como uma das vinte bibliotecas mais bonitas do mundo, estando no quarto lugar.


Localização: Próximo às estações de metrô Uruguaiana e Carioca.

Visitação: Gratuita, mas só abre de segunda a sexta.

Classificação: Quando você visita a cidade maravilhosa, a princípio não está nos planos visitar uma biblioteca. Essa imagem deve ser mudada, já que o Real Gabinete Português de Leitura é um ponto turístico que deveria estar incluso na visita de todos. Localizado na rua Luís de Camões, no centro histórico - bonito e bem preservado - do Rio, é um prédio com uma arquitetura impressionante. Mas espere pela vista do interior. Por mais que não se vá ler um dos seus exemplares, dá para passar um tempo observando todos os cantos desta biblioteca. Não deve deixar de ser (re)visitada. Aproveite.


sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Rio de Janeiro - "Fazendo História"

     "Fazendo História" nos traz de volta aos bancos escolares. A peça de Alan Bennet - The History Boys - foi vencedora de prêmios Laurence Olivier (Londres, Inglaterra) e Tony (Broadway, Estados Unidos) tem sua montagem brasileira.


     Conta a história de uma turma de alunos ingleses em preparação para o vestibular. O diretor visa que o maior número deles entre em Oxford e Cambridge. Portanto, além do atual professor de história, contrata um novo docente - por isso o título da peça.

     Só que ambos professores tem didáticas antagônicas - enquanto o professor Hector propõe uma aula mais livre, que faz com que os alunos pensem sobre a vida, Irwin - o novo professor - é mais jovem e rígido, fazendo com que os alunos pensem e vão além do básico em suas respostas.

     São métodos diferentes mas que no final se completam.

     Além das aulas, vemos também o relacionamento entre os alunos; entre eles e os professores e; entre os professores e a direção do colégio. 

     O cenário é clean, composto só por cadeiras e um piano. E basta. O texto é o que importa. Ele é envolvente, faz com que você prenda atenção no que está passando no palco, além do que, evoca seus tempos de bancos escolares, o que traz uma sensação de nostalgia.


     O elenco é composto de quatro atores adultos e o restante por jovens talentos dos palcos brasileiros. Como destaque temos Xando Graça, como o professor Hector; Mouhamed Harfouch, como o professor Irwin; e os alunos Renato Góes e Hugo Kerth (que vem da montagem de sucesso "The Book of Mormon - Unirio".

"Fazendo História"
Teatro Gláucio Gill
Previsão de retorno - Fevereiro
Duração 120 minutos
Com André Arteche, Renato Góes, Hugo Kerth, Helder Agostinni, Rafael Canedo, Yuri Ribeiro, Ricardo Kennup e Guilherme Ferraz, Edmundo Lippi, Xando Graça, Mouhamed Harfouch e Nedira Campos.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Rio de Janeiro - Fundação Biblioteca Nacional - Atualizada

     Na primeira edição especial "Rio de Janeiro - Cidade Maravilhosa", que o Cenas Culturais fez em setembro do ano passado, pudemos visitar a Fundação Biblioteca Nacional. Só que não conseguimos fazer a visita guiada.


     Voltamos em novembro para conseguir fazer a visita guiada. Mas infelizmente mantemos nossa opinião - só visite se tiver tempo. A imagem que se tem das estantes, que aparecem nas fotos, não é mostrada. 


     Você entra em salas e só vê estantes (mas não aquelas famosas das fotos - só os funcionários que podem entrar nestes andares)

     A fachada ainda está em reforma.

     Curiosidade - após a proclamação da República, muitos logradouros e prédios que tinham nomes que remetiam ao império foram renomeadas. Mas como quem idealizou a Biblioteca Nacional foi Dom João VI, seu busto permanece em posição de destaque. Mas o pilar que o sustenta remete a República.
O Rei é sustentado pela República.
Localização: Ao lado do metrô da Cinelândia.

Visitação: Paga.

Classificação: Vale a pena somente pelas histórias que são contadas - e se você for fazer alguma pesquisa no material. O Real Gabinete Português de Leitura é mais bonito.