Cenas Culturais

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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Museu da Casa Brasileira - um oásis na Faria Lima



     No meio da agitação da avenida Brigadeiro Faria Lima, quase esquina com a avenida Cidade Jardim, existe um Solar, que pode ser considerado como um oásis de beleza e tranquilidade. Ele foi construído na década de 40 para ser a residência do casal Fábio da Silva Prado e Renata Crespi da Silva Prado.

     Fábio Prado foi ex-prefeito de São Paulo, e descende de família tradicional e influente na história da cidade. Filho de Martinho da Silva Prado Júnior (mais conhecido pelo apelido de Martinico Prado),  sobrinho de Antônio da Silva Prado (primeiro prefeito da cidade), neto de Dona Veridiana e bisneto de Antônio da Silva Prado, o Barão de Iguape. Renata Crespi Prado, foi a primeira prefeita da cidade do Guarujá e é filha do imigrante italiano, Rodolfo Crespi, que era dono da maior tecelagem de São Paulo.

     O casal teve uma forte influência política na cidade, além de desenvolver a cultura. Criou o Departamento de Cultura, convidando o escritor Mário de Andrade para dirigi-lo. Foi quando começou a catalogação dos bens culturais brasileiros. Na parte urbanística, Fábio Prado continuou as obras da avenida 9 de Julho, do Viaduto do Chá, do Estádio do Pacaembú, da avenida Rebouças, entre outras.

     Construiu o Solar na região por causa do novo bairro que ele desenvolveu, os Jardins. A elite paulistana, na primeira metade do século 20, deixou o centro e migrou para estes bairros arborizados, que chegam até o rio Pinheiros.

     O Solar, além de ser residência, era um local de recepções oficiais, tendo hospedado autoridades, tanto nacionais quanto internacionais, como a rainha da Inglaterra, Elizabeth II, e o príncipe persa, Ali Khan. Personalidades do meio artístico e intelectual também frequentaram-no.

     O casal viveu no Solar por 18 anos, até a morte de Fábio Prado. Como não tinham herdeiros, e para transformar sua residência em um museu com o objetivo de expor os bens do casal, Renata Crespi Prado cedeu a posse da casa à Fundação Padre Anchieta. A Fundação cedeu-o, em regime de comodato, para a Secretaria de Estado da Cultura.

     A Secretaria fundou em 1970 o "Museu do Mobiliário Artístico e Histórico Brasileiro". Em 1971, por sugestão do historiador e jornalista, Sérgio Buarque de Hollanda (pai dos cantores Chico e Miúcha, e da ex-ministra da cultura, Ana, entre outros), mudou-se o nome para "Museu da Casa Brasileira". Em 1972, transferiu o acervo da antiga sede para o "Solar dos Prado".

     O museu é o único do país voltado ao estudo, preservação, e exposição da história do mobiliário nacional. Também é o único especializado em design e arquitetura, e para tanto instituiu o "Prêmio Design Museu da Casa Brasileira", desde 1986.

     O museu está dividido em 3 partes, o Acervo Permanente - mostra a evolução do mobiliário brasileiro desde o século 17; a Coleção Crespi Prado (que fica exposta no segundo andar da casa) - apresenta a história da família; fotos do casal; a porcelana, os cristais, móveis e utensílios da casa; e as realizações de Renata e Fábio Prado na cidade de São Paulo; e o Arquivo Ernani Bruno - o primeiro diretor do museu, que coordenou o catálogo dos dados sobre os usos e costumes da casa brasileira desde o século 16.


     O jardim do solar tem uma área de mais de 6.000 m², com mais de 200 exemplares de árvores. É um local que serve para expor esculturas, além de ser um lugar para descanso e lazer para seus visitantes.

     Aos domingos, apresenta o projeto "Música no Museu da Casa Brasileira", que já está em seu 15o ano. Sempre às 11 horas da manhã, no Terraço do Solar, há uma apresentação musical. Os visitantes podem ouvir a música sentados no terraço ou no jardim. Tem uma média de 300 espectadores por domingo.

     O museu tem um restaurante, o "Santinho", que é do mesmo grupo do Capim Santo. Comandado pela chef Morena Leite, oferece buffet de almoço de terça a domingo, além de pratos à la carte, sempre priorizando ingredientes da cultura brasileira. Os clientes podem sentar tanto na área interna, quanto em um agradável deck, integrado ao jardim do museu.


     O "Museu da Casa Brasileira" é um agradável atrativo turístico, voltado para toda família. Além de poder visitar e conhecer o acervo, você também pode desfrutar da tranquilidade, passeando por seu jardim, e até mesmo, fazendo uma excelente refeição. Aproveite!

Museu da Casa Brasileira
Terça a domingo - 10h às 18h
Ingressos: R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia)
Gratuito aos domingos e feriados.

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