Cenas Culturais

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sexta-feira, 18 de abril de 2014

A Madrinha Embriagada. Saúde!

 


     O Serviço Social da Indústria de São Paulo (SESI - SP) foi criado em 1946, com a finalidade de promover o bem estar social, o desenvolvimento cultural e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador que atua nas indústrias, de sua família e da comunidade na qual estão inseridos, em geral.

     Para tanto, o SESI - SP oferece, não só aos trabalhadores da indústria, como a toda população, acesso a cultura, educação, esportes através de várias atividades que acontecem diariamente.

     Na área de cultura, incentivam várias áreas de manifestação artística, como teatro, música, cinema, orquestra, exposições e dança. São mais de 20 espaços culturais, que estão espalhados por todo estado de São Paulo.

     Na capital paulistana, o SESI tem o Centro Cultural Vila Leopoldina, a Biblioteca e Gibiteca do SESI Vila Leopoldina e o Centro Cultural FIESP Ruth Cardoso, localizado na avenida Paulista, o símbolo da cidade.

     O Centro Cultural FIESP Ruth Cardoso é composto de uma Galeria de Arte, uma Galeria de Arte Digital, o Espaço Mezanino e o Teatro Popular do SESI. O teatro recebeu este nome por causa do grupo de teatro, que iniciou as atividades em 1962, organizado pelo diretor Osmar Rodrigues Cruz.

     O grupo existiu entre 1962 a 1993. Seguiu a proposta do Théatre National Populaire, do diretor francês Jean Vilar, de levar teatro gratuito para os trabalhadores da indústria de São Paulo. Iniciou suas apresentações no Teatro da Associação Israelita do Brasil, no Bom Retiro. Em 1977, mudou-se para o novo prédio da FIESP, na avenida Paulista. 

     Em 1992, quando o fundador do grupo se aposentou, a sala de espetáculos recebeu o nome do grupo, e o grupo encerrou suas atividades. Após isto, novos diretores foram convidados a apresentar seus trabalhos naquela sala.

     O Teatro Popular do SESI teve várias montagens antológicas, com os mais famosos atores do teatro brasileiro. Entre as peças que passaram em seu palco, temos: Avenida Dropsie (2005), Timão de Atenas (2006), Tristão e Isolda (2007), O Colecionador de Crepúsculos (2009), Píramo e Tisbe (2011), Lampião e Lancelote (2013), entre outras.

     Estudei Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. Me lembro que foi com colegas de curso, que conheci o Teatro Popular do SESI. Chegamos antes das 18 horas, para entrar na fila para pegar o ingresso; e depois pegar outra fila para entrar na sala. Não era lugar marcado. Ficávamos todos sentados no chão, conversando, lendo, comendo lanche, enquanto esperávamos nas filas.

     Depois, fui outras vezes. O teatro era sempre gratuito, só que vinha com a fila. Mas não falam que se tem fila, é bom? E posso afirmar que era e é excelente. O repertório sempre foi escolhido procurando levar o que era de melhor à população. A qualidade das instalações é impecável e confortável. Isso se refletia nas filas.

     Só que o pessoal deve ter reclamado e a administração passou a colocar metade das sessões semanais gratuitas e a outra metade paga. Mas não deve ter sido bem aceito. Com isso, as peças voltaram a ser gratuitas.

     Sempre inovando, o SESI procurou investir em algo a mais na educação e na cultura. Em parceria com o Atelier da Cultura, lançaram o programa "Projeto Educacional do SESI - SP em Teatro Musical", para oferecer oficinas de vivência para os alunos do SESI, formar atores profissionais e platéia para o teatro musical.

     Para dar o pontapé inicial do projeto, o Atelier da Cultura trouxe a peça musical "A Madrinha Embriagada", que estreou na Broadway em 2006. A peça ficará em cartaz por 44 semanas, de 17 de agosto de 2013 até 29 de junho de 2014.


    Eles trouxeram o que há de melhor na área. A peça foi traduzida e dirigida por Miguel Falabella. O elenco é formado pelo "créme de la créme" do teatro musical brasileiro. Participou dos grandes musicais que já se apresentaram aqui. Ficaria indelicado citar um ator e não um outro.

     O grupo criativo também é dos melhores. Produziu grandes musicais. Temos Floriano Nogueira, na parte cênica; Carlos Bauzyz, na parte musical; Kátia Barros, na coreografia; Fause Haten, nos figurinos, entre outros.

     A peça narra um dia na vida de uma pessoa. Ela está em casa, sentada numa poltrona, por isso é denominada de o Homem da Poltrona. Conversa com a platéia, dizendo que quando está triste, gosta de ouvir discos de musicais, e que naquele dia, ouvirá o disco do musical "A Madrinha Embriagada".

     A medida que o disco começa a tocar, o musical ganha vida no palco. Os atores reproduzem na casa do Homem da Poltrona, a peça que ele está ouvindo. O enredo é simples - será celebrado o casamento entre uma atriz, que deixará os palcos, e seu noivo. Seu produtor irá fazer de tudo para impedir o casamento e evitar a perda da sua atriz principal.


     "A Madrinha Embriagada" é uma comédia romântica. As músicas ficam na sua cabeça. Você sai cantarolando do teatro. Infelizmente não temos o registro da versão em português, mas a americana pode ser encontrada na internet.

     A peça é um sucesso. O público respondeu ao chamado do Atelier da Cultura e do SESI. Os ingressos são gratuitos e podem ser reservados pela internet todo dia 20, para o mês seguinte (há cerca de 50 ingressos que são distribuídos no dia da apresentação, na bilheteria). Em agosto de 2013, os ingressos demoraram 36 horas para serem todos reservados. Em janeiro de 2014, foram apenas 25 minutos para se esgotarem.

     Na página do facebook da "A Madrinha Embriagada" (https://www.facebook.com/AMadrinhaEmbriagada), pode-se ver o carinho que o público tem com os atores, e vice-versa. Formou-se um público cativo. Há pessoas que já foram mais de 10 vezes (eu devo ter ido 6). E sempre no final das apresentações, os atores encontram-se com o público, no foyer do teatro, que os espera para tirar fotos. Não se vê isso em outros espetáculos.

     Quando estreou nos Estados Unidos, em 2006, ganhou o Tony Award (que é considerado o Oscar do Teatro), nas categorias de Roteiro de um Musical, Trilha Sonora Original, Atriz Principal em um Musical, Cenografia e Figurino. No Brasil, o musical ganhou o prêmio Aplauso Brasil de Teatro de 2013 na categoria de Melhor Espetáculo Musical.

     Hollywood está cogitando fazer um filme sobre a peça, com a presença dos atores Geoffrey Rush, ganhador do Oscar de melhor ator, e Hugh Jackman.

     O Atelier da Cultura, continuando a parceria com o SESI, já anunciou a próxima peça a ocupar o Teatro Popular do SESI, quando "A Madrinha Embriagada" fizer sua última viagem em 29 de junho. Será "O Homem de La Mancha", musical que já foi montado no país, tendo Paulo Autran, Bibi Ferreira e Grande Otelo, nos papéis principais. Com  certeza, será mais um sucesso.  


     Mas enquanto isso, ainda dá tempo de você embarcar nesta comédia musical, que é um sucesso em solo brasileiro. Pegue o avião de Dôra, a aviadora, e embriague-se junto. De felicidade! Saúde!

A Madrinha Embriagada
Teatro Popular do SESI - FIESP
Até 29/06 (4a a 6a feira - 21h, Sábado - 16h e 21h, Domingo - 19h)
Duração 120 minutos
Com: o grande elenco do teatro musical brasileiro.

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