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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Carta para um neto - "Quem, eu?"



     A matéria sobre o livro "Quem, eu? - Uma Avó. Um Neto. Uma Lição de Vida", de autoria de Fernando Aguzzoli, pela editora Belas Letras, será em forma de carta. 


     Espero que a carta o incentive a ler está história de amor entre um neto e sua vó, que sofreu de Alzheimer nos últimos anos de vida. O livro além de mostrar o relacionamento dos dois, também esclarece bastante dúvidas sobre este mal que acometerá cerca de 135 milhões de pessoas em 2050 (dados Alzheimer's Society)

     "Oi Fernando, tudo bom?

     Também sou um dos milhares "netos" da vó Nilva

     Fiquei sabendo de vocês dois na semana passada pelo Facebook, um dia antes de sua entrevista no programa "Mais Você" da rede Globo. Não consegui ver a entrevista durante o horário normal (só vi na reprise do programa, que passa no final de tarde no canal fechado Viva). Mas durante o dia, entrei na página do Facebook da Vovó Nilva e comecei a ler algumas das postagens. 

     Posso dizer que a figura dela (e a sua também) me cativou. Li todas as postagens do Facebook no dia e, depois de ver a reportagem no programa da Ana Maria, comprei o livro pela internet e o li inteiro no dia seguinte.

     Fiquei maravilhado com a história de amor, cumplicidade, carinho e amizade de vocês dois - uma avó e um neto. Sendo que este neto foi para sua vó, durante os últimos anos dela já sofrendo com a doença, um pai.

     O mais bacana é que você fez tudo isso por amor. Não por querer ser um exemplo para ninguém. Mas sim, porque você retribuiu todo o carinho, amor e dedicação que ela teve por ti desde pequeno.

     Você chegou até a postergar alguns sonhos e realizações pessoais (porque saberia que teria tempo para alcançá-los depois), para se dedicar a cuidar dela e fazer  com que ela pudesse viver da melhor maneira possível, mesmo enfrentando todos os sintomas desta horrível doença. 

     E você não deixou de viver, isso que foi importante. Você levou-a junto para viver a vida. Você a incluiu no seu dia a dia, ao invés de simplesmente ficar se lamuriando. Com sua alegria de viver (como uma repórter fala, através do sorriso que você tem nos seus olhos), você fez a vó também sorrir. Ou melhor, gargalhar e de uma maneira tão linda.


    Ainda não sabemos como cuidar de nossos idosos, diferente das sociedades orientais. Costumamos deixar nossos "velhos" de lado, encostados em algum canto, quando estes não conseguem mais "reproduzir" o que eram capazes. Mas, através do seu exemplo, com a vida que você teve com a vó, espero que mais e mais filhos e netos saibam como cuidar de quem os cuidou pela vida toda.

     Infelizmente, não temos mais a presença física da vó desde o final do ano passado. Mas a presença espiritual estará para sempre junto à sua família e aos "netos" que estão espalhados por este mundo e que a conheceram através do livro, recheado de histórias e ensinamentos.

     Queria agradecer por você ter aberto sua vida a nós. Ter permitido que entrássemos em sua casa, conhecido - e feito parte da - sua família e termos nos tornados mais um "neto" da vó Nilva. E também, por nos informar sobre este mal que atinge tantas pessoas.

     A gente colhe aquilo que planta. Desejo então que sua colheita seja farta, rica e generosa. E que você continue plantando através do seu exemplo a lição de amor e respeito que temos que ter com nossos semelhantes.

     Deus o abençoe sempre.

     Abraços, 

     Rodrigo"

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