Vamos começar nosso passeio pelo metrô de São Paulo. A reportagem especial "Turista no Metrô" tem início hoje, em instantes. Para tanto, precisamos dar alguns avisos. As estações citadas nesta série são as que fazem parte do projeto "Arte no Metrô", portanto nossa viagem não irá parar em algumas estações. Alem das obras de arte, também serão citados pontos turísticos próximos às estações, para servir como dicas do que ver e fazer no entorno.
Nosso ponto de encontro é na estação Anhangabaú. De lá sairemos para conhecer as cinco linhas que compõem, até o momento, o metrô paulistano. As linhas são: 1 - Azul (Jabaquara - Tucuruvi). 2 - Verde (Vila Prudente - Vila Madalena). 3 - Vermelha (Corinthians-Itaquera - Palmeiras-Barra Funda). 4 - Amarela (Luz - Butantã) e 5 - Lilás (Capão Redondo - Largo Treze).
A estação Anhangabaú foi inaugurada no dia 26 de novembro de 1983. Está localizada na rua Formosa, s/n. Fica próxima à praça da Bandeira e ao Terminal Bandeira de ônibus. Esta estação faz parte da linha vermelha. No sentido Palmeiras - Barra Funda para Corinthians - Itaquera, é precedida pela estação República e sucedida pela estação Sé.
Nos seus jardins internos, na plataforma de embarque/desembarque, temos a obra "In Vitro", do artista Mário Fraga. É uma instalação com 42 vitrais pintados.
No entorno da estação Anhangabaú, podemos conhecer: a Praça da Bandeira, a Ladeira da Memória, o Theatro Municipal, o Vale do Anhangabaú, o Shopping Light.
A Praça da Bandeira é a confluência entre as avenidas Vinte e Três de Maio e Nove de Julho, que ligam a zona Sul a zona Norte da cidade. Em 1862, era conhecido como pátio do Bexiga (bairro que tem este nome por causa da doença varíola, ou o nome popular - Bexiga), passando para largo do Bexiga e depois, largo do Riachuelo. Mudou-se o nome do antigo logradouro em 1950, para homenagear a bandeira brasileira. No ponto de junção das duas avenidas pode-se ver hasteada a bandeira do país.
A Ladeira da Memória foi criado no final do período colonial. Abriga o mais antigo monumento paulistano, o "Obelisco do Piques" de 1814, obra de Daniel Muller e Mestre Vicentinho. Ficava no largo do Piques, que tem este nome, porque a região era muito acidentada e íngreme. Era o ponto de concentração dos tropeiros, no século 19, que iam ou voltavam do interior do estado ou do sul do país. Era também um ponto importante para buscar água no chafariz do Piques (extinto em 1872). Ao lado do obelisco, foi plantada uma figueira, que está no local até hoje. Em 1919, para comemorar o centenário da independência, foi reformado e ganhou novo chafariz, escadarias e azulejos com o brasão da cidade. Infelizmente, hoje está completamente abandonado e é usado como banheiro por moradores de rua.
O Theatro Municipal de São Paulo já foi retratado pelo Cenas Culturais. É um dos cartões postais mais conhecidos da cidade. Tem sua arquitetura assemelhada a Ópera de Paris. Foi construído pelo escritório de Ramos de Azevedo, para atender as solicitações dos barões paulistanos do café, em 1911. Abriga atualmente a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, a Orquestra Experimental de Repertório, o Coral Lírico, o Coral Paulistano e o Ballet da cidade de São Paulo.
O Vale do Anhangabaú é onde passa o rio dos maus espíritos, segundo o idioma Tupi. Em 1790 foi construída a ponte do Lorena (ou do Piques - ver o item Ladeira da Memória) para facilitar a travessia do vale. Em 1892, inaugura-se o Viaduto do Chá, já que passava por uma plantação de chá na região. A Prefeitura de São Paulo fez um concurso público na década de 1980 para remodelar a região. O projeto vencedor propôs a criação de uma laja sobre as avenidas existentes no local em altura suficiente para ligar os dois lados do Vale, com o tráfego de automóveis abaixo, e recriando a área verde entre os viadutos do Chá e de Santa Ifigênia. É um cartão postal da cidade, caracterizado como praça, onde organizam-se manifestações públicas, comícios, apresentações e espetáculos populares.
Vista do Vale do Anhangabaú e Shopping Light, ao fundo
Fonte: Catraca Livre
O Shopping Light foi inaugurado no ano de 1999. Seu prédio era a antiga sede da Light & Power e da Eletropaulo. Foi construído entre 1925 e 1929. Depois do seu tombamento, no processo de reutilização pelo shopping, teve suas características arquitetônicas preservadas. Do Shopping, saem a cada quinze dias, um walking city tour (tour pela cidade a pé). Cada vez é um roteiro diferente e é gratuito. O ponto de encontro é a loja Sampa In Stampa, que fica no térreo (verificar com antecedência no site do shopping se ainda estão oferecendo este serviço)
Depois deste passeio, hora de dirigir-se novamente a estação Anhangabaú. Conforme dito anteriormente, é de lá que sairão os nossos próximos passeios. Portanto, afastem-se das portas; ocupem os seus assentos; se não houver passageiros com necessidades especiais, podem ocupar os bancos reservados a eles; preparem-se que nosso passeio começa agora. Próxima parada - estação Corinthians-Itaquera. Todos a bordo!
As fotos da estação Anhangabaú e entorno estão na página do Cenas Culturais no Facebook.
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