Encerra neste domingo, 03 de agosto, a temporada de duas grandes peças: "Meu Deus" e "Vidas Privadas".
"Meu Deus"
Gilberto Gil já deu a fórmula para se você quiser falar com Deus, na música com mesmo nome: "Se eu quiser falar com Deus, tenho que ficar a sós, tenho que apagar a luz, tenho que calar a voz, tenho que encontrar a paz".
Mas como calar a voz, encontrar a paz, em um mundo que está do jeito que está? Cheio de injustiças, guerras, corrupção, violência? Onde ser esperto, dando um jeitinho, é mais valorizado do que ser honesto e fazer tudo certo?
Será que Ele não nos ouve? Por que não responde aos nossos anseios?
Já li que se Deus quisesse nos deixar doidos, bastaria atender aos nossos desejos! E não é que é verdade? Quantas vezes por dia não O questionamos pedindo algo? E não somos consistentes, cada vez pedimos uma coisa diferente da outra.
Vamos supor que só haja "vida inteligente" na Terra, imagine-se no lugar do Criador. Tente pensar quantos pedidos Ele ouve por hora? Se Ele só fosse cuidar dos nossos desejos, como faria para cuidar do resto do Universo?
O filme "Todo Poderoso" com Jim Carrey retratou isto. Deus resolve descansar e deixa o personagem de Carrey no Seu lugar. Com isso, vem todos os benefícios de ter todos os poderes, mas também vem os reveses. Ele aprende que para deixar o mundo em perfeita sintonia, não é algo fácil. Tem uma cena, onde Carrey começa a ouvir todas as orações destinadas a Deus. Ele simplesmente fica maluco, e quando encontra o Criador, pergunta como Ele faz.
Já que entramos no mundo da imaginação, vamos continuar um pouco mais. E os desejos Dele? Quem atende? Como o Senhor faz para descansar? Será que Ele não reclama de nada? Ele tem o direito de poder ficar de mau humor? Ou quem sabe, deprimido por estar só?
Baseado nesta suposição, que a escritora israelense Anat Gov, na versão de Célia Forte, começa a peça "Meu Deus!" O Criador, ou como Ele pede para ser chamado apenas por "Dê", está em crise existencial e precisa conversar com alguém. Ele então procura a pessoa mais indicada para tanto, uma psicóloga.
Ana, a psicóloga especializada em atendimento à criança, é uma mãe divorciada, que tem um filho autista. E por uma série de acontecimentos, deixa de acreditar em Deus, tornando-se ateia.
A ação acontece em uma sessão de terapia, com Deus discorrendo sobre seus problemas com Ana. Ao saber que Ele não tem mãe, ela fica inconformada, afinal quem ela poderá culpar por Seus problemas? No transcorrer da peça, os papéis invertem-se e Deus exerce a função de psicólogo, e principalmente de pai, para ouvir os problemas de Ana, inclusive por ela ter um filho autista.
Ao começar a peça, você já percebe que está em uma aula de teatro, no bom sentido. Os atores estão muito bem. Irene Ravache é natural, com uma força que preenche todos os cantos do teatro, fazendo com que vemos uma psicóloga, que tem seus problemas, que atenderá Deus. Dan Stulbach é um Deus que é sensível, envolvente, mas que exerce sua força natural de Pai, quando preciso. Pedro Carvalho interpreta o filho autista de Ana, com uma delicadeza ímpar.
"Meu Deus!" é uma peça que com sua leveza, espiritualidade, mas ao mesmo tempo também reflexiva, fará com que você saia contente, por ter visto um bom texto e um verdadeiro exemplo do que é o Teatro.
Baseado nesta suposição, que a escritora israelense Anat Gov, na versão de Célia Forte, começa a peça "Meu Deus!" O Criador, ou como Ele pede para ser chamado apenas por "Dê", está em crise existencial e precisa conversar com alguém. Ele então procura a pessoa mais indicada para tanto, uma psicóloga.
Ana, a psicóloga especializada em atendimento à criança, é uma mãe divorciada, que tem um filho autista. E por uma série de acontecimentos, deixa de acreditar em Deus, tornando-se ateia.
A ação acontece em uma sessão de terapia, com Deus discorrendo sobre seus problemas com Ana. Ao saber que Ele não tem mãe, ela fica inconformada, afinal quem ela poderá culpar por Seus problemas? No transcorrer da peça, os papéis invertem-se e Deus exerce a função de psicólogo, e principalmente de pai, para ouvir os problemas de Ana, inclusive por ela ter um filho autista.
Ao começar a peça, você já percebe que está em uma aula de teatro, no bom sentido. Os atores estão muito bem. Irene Ravache é natural, com uma força que preenche todos os cantos do teatro, fazendo com que vemos uma psicóloga, que tem seus problemas, que atenderá Deus. Dan Stulbach é um Deus que é sensível, envolvente, mas que exerce sua força natural de Pai, quando preciso. Pedro Carvalho interpreta o filho autista de Ana, com uma delicadeza ímpar.
"Meu Deus!" é uma peça que com sua leveza, espiritualidade, mas ao mesmo tempo também reflexiva, fará com que você saia contente, por ter visto um bom texto e um verdadeiro exemplo do que é o Teatro.
Classificação: Imperdível, não deixe de ir.
"Meu Deus!"
Teatro FAAP
Até 08/06
6a feira - 21h30; Sábado - 19h e 21h30; Domingo - 18h
Duração 80 minutos
Com Irene Ravache, Dan Stulbach e Pedro Carvalho.
"Meu Deus!"
Teatro FAAP
Até 08/06
6a feira - 21h30; Sábado - 19h e 21h30; Domingo - 18h
Duração 80 minutos
Com Irene Ravache, Dan Stulbach e Pedro Carvalho.
Vidas Privadas
Comédia é o uso do humor nas artes cênicas. É o que é engraçado, que faz rir. Tem como principal característica o engano. Frequentemente, a comicidade está no fato de um ou mais personagens serem enganados durante a peça. Para os gregos, criadores do Teatro, a Comédia falava sobre os homens comuns, da pólis, diferente da Tragédia, que trata exclusivamente dos homens superiores, os heróis.
Ou seja, comédia é algo que faz rir. Mas o que faz você rir, pode não me ser engraçado. Humor é subjetivo. Portanto, esta matéria também é subjetiva, pois analiso as duas peças segundo o meu humor.
Vidas Privadas - é um humor do começo do século vinte, mais sofisticado, inteligente, do autor inglês Noel Coward. É um humor que você percebe nos detalhes, nos diálogos e na boa atuação dos atores.
O enredo trata de um casal divorciado há cinco anos, que ao se reencontrar durante a lua de mel na Riviera Francesa, com seus respectivos novos pares, vê o amor renascer e resolve fugir para Paris. O fato desencadeia uma hilária trajetória com diálogos divertidos.
O cenário é lindo. Representa a varanda dos dois apartamentos do hotel na Riviera e depois ele se transforma no interior do apartamento em Paris. O figurino também é muito bonito, com roupas que remetem a década de 1930. A direção é de José Possi Neto, que consegue fazer com que os quatro atores brilhem.
Curiosidade: a peça já foi interpretada por Elizabeth Taylor e Richard Button nos papéis principais.
Vidas Privadas
Teatro Jaraguá
Até 03/08
Sexta - 21h30; Sábado - 21h; Domingo - 19h
Duração 90 minutos
Com Lavínia Pannunzio, José Roberto Jardim, Daniel Alvim e Maria Helena Chira
Corre que ainda dá tempo. São duas boas escolhas para o seu final de semana. Aproveite!
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