Cenas Culturais

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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Exagerado - Cazuza de volta aos palcos desta vida louca vida


     Cazuza chegou finalmente em São Paulo após uma turnê no país de cerca de nove meses. Foi quase um parto, mas no dia 18 de julho - "Cazuza - Pro Dia Nascer Feliz, o Musical" estreou no palco do teatro Procópio Ferreira. Não por acaso, o teatro foi o lar da biografia musical de outro cantor expoente da música popular brasileira, Tim Maia.

     Acredita em coincidência? O Cenas Culturais acredita em competência. Ambas as peças foram dirigidas por João Fonseca. O diretor já amealha sucessos como "Cyrano de Bergerac", "R&J de Shakespeare" e "Gota d'Água".

     Uma das peças mais aguardadas para este ano, "Cazuza - Pro Dia Nascer Feliz, o Musical" retrata a vida do cantor Cazuza a partir das lembranças de sua mãe, Lucinha Araújo, tão bem representada pela atriz Susana Ribeiro.


"Só um pouquinho de proteção ao maior abandonado"
   
     Agenor de Miranda Araújo Neto é filho de João Araújo, que foi produtor fonográfico, e de Lucinha Araújo. Seu nome homenageava seu avô paterno, mas antes mesmo de nascer, seu pai já o chamava de Cazuza, que significa um vespídeo solitário de ferroada dolorosa. Cazuza só ficou contente com seu nome de batismo quando soube que o seu ídolo Cartola também chamava-se Agenor.

     Por causa do trabalho do pai, Cazuza sempre esteve em contato com representantes da música popular brasileira, mas tinha preferências por cantores dramáticos e melancólicos, como Cartola, Dalva de Oliveira, Maysa, Noel Rosa e Dolores Duran. Mas a maior cantora brasileira "viva" para ele era sua mãe, que chegou a gravar três discos.



"Pro dia nascer feliz"

     E o dia nasceu. Cazuza conheceu o também cantor Ney Matogrosso e namoraram por um período. E foi através de Ney, que o grande público ouviu falar de Cazuza. Até então, Cazuza fazia parte do grupo Barão Vermelho, que só era aclamado pela crítica, mas não pelo público. 

     Ney resolveu gravar a música de Cazuza, "Pro Dia Nascer Feliz". E a partir de então, o Brasil conheceu Cazuza e o Barão Vermelho. O grupo fez a música tema do filme "Bete Balanço"; participou da primeira edição do Rock in Rio; fez shows no  país inteiro.


"O tempo não para"

     Mas Cazuza, durante as gravações do quarto álbum com o Barão Vermelho, decidiu sair do grupo e começar uma carreira solo. Com isso, poderia ser livre para compor e se expressar nas músicas que escrevia.

     Só que já nesse período a sombra da AIDS o perseguia. Começaram a aparecer indícios da doença em 1985. Resolveu fazer os testes e os resultados foram negativos. Lançou seus dois primeiros discos solo. 

     Até que em 1987, a AIDS "o tocou". Seus pais o levaram para a cidade de Boston, nos Estados Unidos, para começar a receber os tratamentos com o novo medicamento que surgia, o AZT. Foram várias internações, várias viagens entre o Brasil e os Estados Unidos. Mas em nenhum momento falou de sua situação para a mídia ou para o público.

     Durante este período, sua veia criativa não parou. Escreveu canções; lançou discos; fez shows; recebeu o prêmio Sharp. Lançou o seu maior sucesso comercial "O Tempo Não Para", que teve venda de cerca de 500 mil cópias (numa época que não existia disco pirata, nem download gratuito na internet).

"Brasil mostra sua cara"

      Em 1989, Cazuza mostrou a sua cara para o Brasil. Deu uma entrevista para a revista "Veja", que o colocou como capa da edição, onde ele dizia que era portador do vírus HIV. Com sua atitude, ajudou a criar uma consciência em relação à doença e aos seus efeitos.

     Como os estudos estavam começando, os remédios ainda não proporcionavam aos soropositivos uma boa qualidade de vida. Cazuza emagreceu, seus cabelos ficaram ralos e precisava ser transportado em cadeira de rodas. 

Só as mães são felizes

     Cazuza faleceu no dia 7 de julho de 1990. Após sua morte, no mesmo ano, Lucinha Araújo fundou a "Sociedade Viva Cazuza". A Sociedade tem o objetivo de proporcionar uma vida melhor à crianças e adolescentes soropositivas através de assistência à saúde, lazer e educação. E oferecendo principalmente o Amor.

"Vida louca, vida... vida breve"

     Infelizmente, como grandes poetas, músicos e atores, Cazuza viveu demais em pouco tempo. Parece que sabia que ficaria por um curto espaço de tempo no planeta. Amou demais, bebeu demais, usou drogas demais, ou seja, viveu demais.

     Nesta vida breve, Cazuza gravou 126 músicas, deixou 78 inéditas e deu 34 para outros intérpretes.

"Exagerado, eu sou mesmo exagerado"

     É a vida deste poeta e cantor brasileiro que a peça "Cazuza - Pro Dia Nascer Feliz, o Musical" retrata nos palcos. Muitos amores, muitos porres, muita produção musical, muita vida para apenas 150 minutos. Mas conseguem contar, cantar e emocionar a toda a platéia com a vida de Cazuza.

     Lucinha e João Araújo aprovaram a escolha do ator que viria interpretar seu filho no teatro. E não foram os únicos. Quando Emílio Dantas, que interpreta Caju (como seus amigos o chamavam), começou a apresentação de um dos últimos ensaios, Ney Matogrosso e Serginho Maciel, ambos ex-namorados de Cazuza, se emocionaram e vieram às lágrimas.

     O cenário é clean, com quatro plataformas, que são as folhas de papel que receberam todas as letras de música escritas por Cazuza. Na parte superior do palco, nas suas três paredes, tem telas onde são projetadas imagens durante as apresentações musicais.


     A escolha do elenco foi acertada. Não dá para falar de um e esquecer de outro. Estão no palco Cazuza e sua trupe - Barão Vermelho, Ney Matogrosso, Bebel Gilberto, Caetano Veloso, Serginho Maciel, Lucinha e João Araújo e Ezequiel Neves, o produtor musical que descobriu Cazuza e o Barão Vermelho. Ezequiel, com toda sua alegria peculiar, interpretado por André Dias, é um sopro de alegria, mesmo nas cenas mais tristes da peça.

     Não perca a peça "Cazuza - Pro Dia Nascer Feliz, o Musical". É uma peça engraçada, cativante e emocionante. Levem os lenços, porque o segundo ato leva a platéia às lágrimas. Com certeza, a peça terá fôlego para ficar por mais uns bons dois anos em cartaz, transitando entre o eixo Rio e São Paulo e excursionando por outras cidades brasileiras.

     Vai Cazuza, viva sempre na lembrança dos brasileiros, a sua "vida louca vida".


Agradecimento: O vídeo do youtube sobre a peça é do site Cena Musical.

Cazuza, Pro Dia Nascer Feliz, o Musical
Teatro Procópio Ferreira 
Até 26/10 (quinta e sexta, 21h; sábado, 17h30 e 21h30; domingo, 18h)
Duração 150 minutos
Com Emílio Dantas, Susana Ribeiro, André Dias, Marcelo Várzea, Thiago Machado, Bruno Narchi, Osmar Silveira, Diego Montez, Saulo Segreto, Dezo Mota, Fabiano Medeiros, Oscar Fabião, Igor Miranda Alves, Brenda Nadler, Carol Dezani, Sheila Matos e Gabriel Malo.

Semana triste para literatura brasileira


      A literatura e o povo brasileiro sofreram um baque nesta semana. Em um curto espaço de tempo, deixaram este plano - João Ubaldo Ribeiro (18/07), Rubem Alves (19/07) e Ariano Suassuna (23/07).

João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro, baiano, foi escritor, jornalista, roteirista e professor. Escreveu, entre outros, "O Sorriso do Lagarto", "Sargento Getúlio", "A Casa dos Budas Ditosos" e "Viva o Povo Brasileiro".


Rubem Alves, mineiro, foi psicanalista, teólogo, educador e escritor. Escreveu, entre outros, "A Alegria de Ensinar", "O Quarto do Mistério", "Filosofia da Ciência" e "A Volta do Pássaro Encantado".


Ariano Vilar Suassuna, paraibano, foi poeta, dramaturgo, romancista e ensaísta. Foi idealizador do Movimento Armoral. Escreveu, entre outros, "O Auto da Compadecida", "O Santo e a Porca", "As Conchabranças de Quaderna" e "O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta".


     O Brasil ficou mais triste e mais pobre. É Chicó, só sei que foi assim.

sábado, 19 de julho de 2014

O mais novo palco paulistano - Theatro NET São Paulo



     A cidade de São Paulo tem mais um teatro. O Cenas Culturais foi conferir a abertura do Theatro NET São Paulo ontem, dia 18 de julho. O mais novo espaço de cultura paulista localiza-se no Shopping Vila Olímpia, no bairro de mesmo nome.

     A casa é a irmã caçula do Theatro NET Rio, que já funciona na cidade do Rio de Janeiro. Ambas são administradas e operacionalizadas pela Brainstorming Entretenimento, em parceria de "naming rights" com a empresa NET

     Todos os clientes NET tem desconto de 50% na compra de até quatro ingressos em todos os espetáculos do teatro. 

     O produtor cultural Frederico Reder, que está a frente da Brainstorming Entretenimento, antes do início do espetáculo, deu as boas vindas ao público ao Theatro NET São Paulo


     A inauguração foi com o novo show de Gilberto Gil, "Gilbertos Samba", onde o cantor interpretou canções do também baiano João Gilberto, bem como alguns de seus clássicos. Gil também fez a abertura da casa do Rio de Janeiro.

     Gil começou com a música "Aos Pés da Cruz", um samba de 1942, gravada por vários cantores, e que João Gilberto gravou no seu álbum "Chega de Saudade" (1959); e terminou com seu clássico "Aquele Abraço" (1969), onde além de abraçar a beleza carioca, abraçou também o público paulistano e abençoou o Theatro NET São Paulo.


     O teatro tem uma área de 3.000 m², podendo receber shows, peças de teatro, espetáculos de dança, musicais, além de eventos corporativos. A casa tem capacidade para 799 pessoas, com bilheteria aberta diariamente. (Nota: A bilheteria funciona no andar térreo do shopping Vila Olímpia e o Theatro NET São Paulo está no 5o andar - não se perca).

     Toda a decoração do ambiente remete a década de 40. Os uniformes da equipe de recepção - os antigos lanterninhas - estão muito bonitos (inspirados nos antigos uniformes da antiga companhia aérea PanAm). A bomboniere do teatro pode ser acessada tanto pelos clientes que já estão no lobby, quanto os que estão vindo pelos corredores do shopping center.


     A casa tem tijolos aparentes e vidro bisotado, o que confere um ar de acolhimento ao ambiente. Mas a surpresa maior está para quando você entra na sala de espetáculos - um palco italiano lindo, com cerca de 240 m², e 2 lustres enormes - localizados em cada ponta do palco.


     A Brainstorming Entretenimento tem planos para que o Theatro NET São Paulo funcione com programação de terça a domingo, assim como o teatro carioca. Algo inovador, pois a maioria dos teatros paulistas funciona de 5a feira a domingo.

     A empresa está de parabéns por mais esta iniciativa, que proporcionará a população paulistana, e aos visitantes, mais uma opção de lazer de qualidade. Parabéns também por:

a) fazer o teatro dentro de um shopping - oferece lazer, com a segurança para seus clientes, que podem estacionar os carros e também se proteger das intempéries do tempo; além de ter opções de alimentação para antes ou depois dos espetáculos;

b) toda a parte estética - o Theatro NET São Paulo está realmente lindo. Impressionará a todos os que entrarem;


c) oferecer uma gama variada na programação - para estes dois primeiros meses, já temos shows musicais dos mais variados gêneros, o musical "O Grande Circo Místico" e espetáculo de dança;

d) a oferta de cadeiras para obesos e cadeirantes em todos os setores do teatro - e não como alguns teatros fazem, oferecendo só no setor mais caro, ou na última fileira;

e) oferecer o serviço de tradução em LIBRAS - a possibilidade de inclusão de deficientes auditivos, com dois funcionários da casa, que se revezam no palco, e traduziram as músicas que Gilberto Gil cantava. Era uma delícia você poder ouvir Gil e ver o lindo trabalho desempenhado pelos dois funcionários. 



     Mas há pequenos senões:

a) apesar da casa solicitar que os celulares ficassem desligados e não tirassem fotos do show, os flashes espocaram durante o show inteiro, além de um início de toque, mas que foi rapidamente desligado. (as fotos internas apresentadas nesta matéria foram tiradas antes do início e no término do do espetáculo. Já falamos sobre o uso do celular em casas de espetáculos aqui no Cenas Culturais);

b) mesmo com o show já começado, vários atrasados adentravam no teatro e procuravam os lugares. Para ajudar, os funcionários ligavam as lanternas e passavam pelos corredores. Será que teremos que educar o público e impedir a entrada após o início dos espetáculos? Pois além de incomodar os artistas, também incomoda quem já está sentado);

c) se você sentar no balcão, evite sentar na primeira fileira. As pessoas de baixa estatura terão a visão do palco prejudicada pela estrutura de vidro e madeira, que serve como guarda corpo. Tirando essa fileira, TODO o teatro tem excelente visão do palco.



     Não perca tempo. Prestigie e vá visitar a mais nova casa de espetáculos de São Paulo. Tenho certeza que você também sairá impressionado e voltará. O Cenas Culturais voltará ao Theatro NET São Paulo, na próxima semana, para assistir ao show de Elba Ramalho e Geraldo Azevedo. Quem sabe não nos encontraremos lá?

#TheatroNetSãoPauloEuFuiEVocê?



sexta-feira, 18 de julho de 2014

Programação gratuita de espetáculos do PROAC-SP


     

     A V Plataforma PROAC-SP (Programa de Ação Cultural de São Paulo) acontece entre os dias 16 a 27 de julho no Teatro Sérgio Cardoso. A Plataforma PROAC é uma mostra anual para a difusão de espetáculos de dança e teatro contemplados pelos Editais do Programa de Ação Cultural.

     A programação engloba peças de teatro - adulto e infantil, shows de música, dança e atividades circenses, além de Mesas de Debate sobre Música, Dança e Teatro.

     As atividades são gratuitas e os ingressos são distribuídos com uma hora de antecedência no Teatro Sérgio Cardoso.

     Participei ontem da leitura da peça "História dos Porões", que tratarei numa postagem posterior. A peça começava as 19 horas. Cheguei por volta das 17h30. Ainda não havia fila feita. As 18 horas em ponto foram entregues os ingressos. Pude aguardar no café do teatro (que está funcionando durante a programação da Plataforma. O Teatro Sérgio Cardoso oferece o serviço de wifi gratuito para seus frequentadores.

     Às 19 horas começou a leitura da peça, com a presença dos atores e diretor. A sala não estava muito cheia (infelizmente não entendi o porquê, já que a peça e a programação da V Plataforma PROAC é vasta e maravilhosa). Após o término, houve um bate papo sobre a peça. Na saída, começou a apresentação musical de Antônio Loureiro e Ricardo Herz no saguão do teatro.

     A programação da V Plataforma PROAC-SP pode ser encontrada no site do Teatro Sérgio Cardoso ou do próprio PROAC

     Aproveitem!

O nosso adeus a João Ubaldo Ribeiro

     

     O escritor João Ubaldo Ribeiro, autor de obras literárias como "O Sorriso do Lagarto", " Sargento Getúlio", "A Casa dos Budas Ditosos" e "Viva o Povo Brasileiro", faleceu hoje.


     Algumas de suas obras foram adaptadas para o cinema, televisão e o teatro.

     O presidente da Academia Brasileira de Letras, Geraldo Holanda Cavalcanti, afirma que a morte do companheiro de Academia deixa "... uma grade perda para a Academia, para o romance e o jornalismo nacionais. João Ubaldo Ribeiro deixa uma obra de excelência".

     Viva o "triste" povo brasileiro!

terça-feira, 15 de julho de 2014

Ainda sobre a Copa das Copas

     
     A Copa do Mundo do Brasil de 2014 terminou neste domingo (13 de julho). Vitória da seleção da Alemanha, que agora é tetra campeã, em um jogo contra a Argentina no estádio do Maracanã (Rio de Janeiro).

     Pode-se dizer que foi muito melhor do que o esperado. Se vocês se lembram, havia as manifestações contra a Copa, falavam que não haveria a competição - abrir um parênteses: independente do evento em si, acho que o dinheiro deveria ser melhor aplicado na infra estrutura do país, principalmente sem corrupção, mas isso é para outro blog. 

     Notícia da imprensa no dia de hoje fala que a organização da Copa é bem avaliada por 83% dos estrangeiros. A FIFA deu a nota de 92,5 para o evento. Para 95% dos estrangeiros, a hospitalidade dos brasileiros foi avaliada entre ótima e boa. Sucesso mais do povo do que dos governantes (nem esperava que fosse diferente).

     Mostramos a alegria do povo brasileiro, que mesmo em momentos de dificuldades, tenta de todo jeito se comunicar e fazer com  que os visitantes sejam bem recebidos.

     Também foi uma experiência impensável para mim. Nunca tinha ido assistir um jogo de futebol em um estádio. O máximo foi ter ido ao estádio do Maracanã quando pequeno para ver o evento, que era feito pela rede Globo, da chegada do Papai Noel. Roberto Carlos sempre fazia o musical de encerramento, junto com o bom velhinho.

     Consegui ir na semifinal Argentina x Holanda, que foi no estádio Arena Corinthians, em São Paulo. Posso dizer que o preço foi caro. Quando fui retirar os ingressos (fomos em 5 - minha mãe, minha irmã, meu cunhado e um amigo), fiquei pensando no preço e na oferta que os argentinos fizeram - cerca de dois mil reais. Pensava - um jogo x dez musicais de teatro ou quinze peças de teatro ou "n" refeições em restaurantes japoneses. Até que no dia seguinte, resolvi - vou ver o EVENTO Copa do Mundo.

     Isto foi num domingo. Estava ansioso por participar do evento em si. Iria até comprar "adereços" para ir ao estádio. Só que pintou a primeira semifinal e foi como se tomasse um banho de água fria - a ansiedade passou. Mas tudo bem, quarta feira estava ai.

      Fomos até mais cedo para o estádio. Pegamos o metrô no Anhangabaú - desceríamos na estação Artur Alvim (pois nossa entrada era na zona oeste). Chegamos no horário da abertura dos portões. Foi quando começou uma chuva (falam que é sorte chover em evento né... ou será que é só em casamento?). Assim que entramos, ela parou.


     Primeira parada - compras. Tínhamos encomenda pelos copos dos patrocinadores - Coca Cola e Brahma - com o símbolo da Copa, mais o evento. Os copos podiam vir cheios ou vazios. Tasca tomar cerveja para esvaziá-los. Depois procurar a loja oficial para comprar o mascote da Copa - o Fuleco.

     O Itaquerão (ou Arena Corinthians) estava bem organizado, com os voluntários do evento espalhados a cada cinco metros. Posso dizer que foi uma emoção grande por estar entrando no estádio (é muito bonito) e também por fazer parte do evento. Terminadas as compras, fomos procurar os lugares. Estávamos sentados na arquibancada inferior, próximo ao escanteio, do gol onde foram cobrados os pênaltis. Só que estava tudo muito vazio, pois o público ainda estava chegando.

      Então era hora de ver os estrangeiros, se misturar e tirar fotos. Você vê as pessoas usando seus uniformes, seus adereços, suas fantasias. E como estava na final, você via também turistas de outros países e até de outros estados do país. Era um sentimento de felicidade, de congraçamento. Não havia sentimento de ódio entre os torcedores dos dois times. Bastava você abrir o sorriso, perguntar se podia tirar foto e estavam todos felizes. (Pena que terminada a Copa, este sentimento termina. É a linha tênue da hospitalidade e ostilidade).



     Começou o jogo. O estádio era quase todo azul e branco. Tinha um pouco de holandeses, e o restante eram os brasileiros, que engrossavam a torcida d´orange. O jogo já foi comentado e visto. O que interessa falar era o clima do estádio. Uma vez, os argentinos cantavam a música que o Maradona era melhor que o Pelé; na outra, era a resposta dizendo que mil gols só o Pelé. Foi uma emoção grande você sentir a vibração da torcida.

     A partida teve além do tempo normal, a prorrogação e mais os pênaltis. As cobranças foram feitas no lado em que estava sentado. Até que veio a quarta cobrança da Argentina e...



     Com o jogo acabado, hora de voltar para a casa. O trajeto também estava muito bem organizado, apesar de lógico as filas gigantescas ( cerca de 64 mil pessoas que iriam pegar o metrô e o trem). 

     Tentei comprar para a final, mas infelizmente não consegui. Só sei que realmente foi A experiência que tive. Já que o evento iria acontecer, que acontecesse da melhor maneira possível. E, como já disse, aconteceu. Mais uma vez, parabéns a todos nós que mostramos para o mundo o que é ser brasileiro (e desculpe a indelicadeza da nossa Presidenta durante a entrega da taça)

     Para terminar, adiciono o clipe que a rede britânica BBC fez para mostrar o encerramento do evento (a festa de encerramento foi um pouco melhor que a abertura). Agora a bola está contigo Moscou. Até 2018!




sábado, 5 de julho de 2014

"Miranda por Miranda" nos palcos


     Carmem Miranda está de volta à cena cultural brasileira. Desta vez, pelas mãos, trejeitos e balangandans de outra excelente atriz, Stella Miranda. Estreou na noite de ontem o musical "Miranda por Miranda" nos palcos paulistanos.

     A peça é uma homenagem à "Pequena Notável". Stella, em parceria com Miguel Falabella, escolheu músicas do repertório da eterna Chiquita Bacana. "Miranda por Miranda" já foi apresentada nos palcos cariocas, onde recebeu duas indicações ao prêmio Shell, e venceu na categoria "música", pela direção musical de Tim Rescalla. A peça também foi uma das escolhidas para representar o Brasil em 2013 no "Ano do Brasil em Portugal". 

     A intimidade de Stella Miranda com Carmen já vem de outros carnavais. A atriz já havia encarnado Carmen no musical de enorme sucesso "South American Way", de Miguel Falabella. 

     No palco estão quatro representantes de peso do teatro musical brasileiro: Luciano Andrey ("Priscilla, a Rainha do Deserto", "A Madrinha Embriagada"), Renato Bellini ("Alô Dolly" e "Jesus Cristo Superstar"), Rogério Guedes ("Crazy For You", "Jesus Cristo Superstar") e Will Anderson ("A Família Addams", "A Madrinha Embriagada"). Juntos com Stella "Carmen" Miranda, dão vida a 28 canções que fizeram sucesso na voz de um dos maiores ícones da cultura brasileira.

     Mais uma vez, Carmen está bem representada nos palcos por uma colega de profissão e com a qual divide o mesmo sobrenome, Stella Miranda. 


     O blog "Cenas Culturais" gostaria de agradecer o par de convites para a estreia oferecidos pelo site "Cena Musical"


Curiosidades

     Carmen Miranda foi uma das maiores representantes da cultura brasileira no seu país e no mundo. O mito que usava o chapéu com frutas e tinha um borogodó a mais. Só que Carmen era portuguesa de nascimento. Nasceu em 1909 no concelho de Marco de Canaveses (Portugal) e veio para o Brasil com um ano de idade para morar no Rio de Janeiro.

     Seu apelido de Carmen foi dado pelo seu tio Amaro, que tinha uma paixão por óperas. Seu nome de batismo era Maria do Carmo Miranda da Cunha.

     Foi a primeira e única atriz luso-brasileira até hoje a gravar as mãos e plataformas no cimento da "Calçada da Fama" do Teatro Chinês em Los Angeles (EUA)

      Na época áurea dos filmes de Carmen, uma companhia de nome Chiquita, que vendia bananas nos Estados Unidos, pediu para o cartunista Dik Browne - criador do personagem "Hagar, o Terrível" -  criar um personagem para a empresa. Surgia, em 1944, a personagem Chiquita Banana, uma banana com vestido, pernas femininas e um chapéu com frutas na cabeça. Coincidência?


     Faleceu em 1955 vítima de um ataque cardíaco fulminante em Los Angeles (EUA). Seu cortejo fúnebre no Rio de Janeiro foi seguido por cerca de meio milhão de pessoas. Foi a maior manifestação popular na cidade até hoje.

     Para conhecer mais da vida da eterna "Brazilian Bombshell", há filmes, peças de teatro, documentários. Recomendamos a biografia escrita por Ruy Castro - "Carmen", lançada pela Companhia das Letras (2005).

"Miranda por Miranda"
Teatro Augusta
Até 27/07 (sexta, 21h30; sábado, 21h; domingo, 19h)
Duração 90 minutos
Com Stella Miranda, Luciano Andrey, Renato Bellini, Rogério Guedes, Will Anderson.